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segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Afeganistão: operação inócua

Muitas vezes, em suas ações bélicas, os Estados Unidos da América, considerados a “polícia do mundo”, são incompreendidos em suas intenções e, nos mais das vezes, erram flagrantemente. Não foi diferente com o Afeganistão. Invadido, aquele país, pelos EUA, em 2001 – após o atentado às Torres Gêmeas -, com o intuito de debelar um foco terrorista ali estacionado – sob a denominação de “Al Qaeda” -, apoiado pelo Estado islâmico, a operação, que deveria ter sido cirúrgica, foi invasiva demais, o que expôs a grande potência ocidental ao maior vexame, em similaridade ao que aconteceu no Vietnã na década de 1950.

Nessa empresa, os EUA, investiram bilhões de dólares. A intenção principal era a de debelar o terrorismo e, de quebra, combater a extrema pobreza, pacificar o país e criar ali uma democracia. Nada disso foi atingido definitivamente. O terrorismo continua sendo uma ameaça; a pobreza persiste; o país continua dividido entre os que querem o progresso e a modernidade e os que insistem em reger a nação afegã pelos preceitos religiosos do Islã, e a democracia, continua sendo uma quimera. O resultado do esforço empreendido nesses últimos 20 anos foi em vão. O Talibã voltou e sem encontrar resistência alguma dos que foram treinados pelos EUA para defender aquele país.

Diferente de todas as intenções da “polícia do mundo”, o Afeganistão continua o mesmo, ou pior. O dinheiro investido carreou para a corrupção; o Talibã voltou a dominar o país e, o after day daquele povo e da região do entorno, é incerto. Embora demonstrando moderação, o Talibã, pragmático agora, é uma incerteza. Permite a saída dos que não querem lá ficar, mas ninguém sabe qual será o destino dos que lá ficarão. Diante desse quadro, não se pode culpar pelo fiasco, apenas o presidente Joe Biden que, sabiamente, disse: “Não podemos lutar em favor daqueles que não querem defender seu próprio país”. O imbróglio continua e o mundo volta a ficar assustado.




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