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quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Nascimento: o rei da mídia policial

Tem razão o jornalista Eudo Nicolau quando disse, ontem, que o prefeito de Princesa virou freguês. Em menos de 15 dias, o prefeito Ricardo Pereira do Nascimento, que já é condenado como fraudador de licitação; depois de ter suas contas bloqueadas pela Justiça Federal por motivo de fortes suspeitas de malversação dos dinheiros públicos na compra de insumos para o combate à Covid-19, vê-se agora às voltas com mais um processo a responder. Será o inferno astral? Será que a casa dessa “vestal” está começando a cair?

Agora é com o Ministério Público. Desta vez, trata-se da abertura de Procedimento Administrativo (extrajudicial) nº 001.2021.042796, promovido pelo Promotor de Justiça, Eduardo Barros Mayer, para investigar denúncia de que o prefeito de Princesa majorou seu próprio salário (e os de alguns auxiliares) em mais de 33%, contrariando a Lei Complementar nº 173/2020 e a Lei Complementar nº 101/2000. Recalcitrante em relação à Lei, Nascimento reincide de novo, pois, além da condenação por fraude em licitação e dos bens bloqueados, vem mais essa agora.

Em 2020, o salário do prefeito de Princesa era de R$ 18 mil. A partir de abril de 2021, a Câmara Municipal concedeu um mimo, através de uma estranha (e extemporânea?) Lei e, Nascimento, passou a receber um salário de R$ 24 mil. E mais, somente no mês de julho/2021, o chefe do Executivo, recebeu um pagamento de R$ 48 mil. Com essa remuneração, Ricardo Pereira se torna um dos prefeitos mais bem pagos do Brasil. Só para se ter uma ideia, o gauleiter princesense aufere vantagem salarial superior à de prefeitos de cidades como Rio de Janeiro, Fortaleza, São Paulo, dentre outras.

Em face da vergonhosa repercussão que grassou pelos quatro cantos do Estado, Nascimento concedeu entrevista à Rádio Arapuã afirmando que o aumento foi legal, porque votado pela Câmara Municipal, e transparente porque feito às claras, com o conhecimento de toda a população. Ademais, segundo o próprio: “Eu trabalho muito e mereço esse salário”. Mesmo diante das evidências constatadas pelo Ministério Público, o prefeito sai pela tangente desdenhando procedimentos inquestionáveis. Será que o Promotor “incorreu em erro” também?

A arrogância de Nascimento o faz cego para fatos que o incomodam. Na verdade, o que vem ocorrendo em Princesa, é o resultado das falcatruas impunes que afloram agora. É o resultado da falta de compromisso com a verdade. O acintoso comportamento do prefeito, que valoriza a ostentação e a mentira, cai por terra diante da verdade que, mesmo tardia, começa a chegar. Em caso de condenação, Nascimento terá de devolver o dinheiro recebido indevidamente. Isso nos faz lembrar da música de Luiz Gonzaga: “Eu não quero pagamento, Nascimento, eu quero é outro rabo do jumento.





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