Tem razão o jornalista Eudo Nicolau quando disse, ontem, que
o prefeito de Princesa virou freguês. Em menos de 15 dias, o prefeito Ricardo
Pereira do Nascimento, que já é condenado como fraudador de licitação; depois
de ter suas contas bloqueadas pela Justiça Federal por motivo de fortes
suspeitas de malversação dos dinheiros públicos na compra de insumos para o
combate à Covid-19, vê-se agora às voltas com mais um processo a responder.
Será o inferno astral? Será que a casa dessa “vestal” está começando a cair?
Agora é com o Ministério Público. Desta vez, trata-se da
abertura de Procedimento Administrativo (extrajudicial) nº 001.2021.042796,
promovido pelo Promotor de Justiça, Eduardo Barros Mayer, para investigar denúncia
de que o prefeito de Princesa majorou seu próprio salário (e os de alguns
auxiliares) em mais de 33%, contrariando a Lei Complementar nº 173/2020 e a Lei
Complementar nº 101/2000. Recalcitrante em relação à Lei, Nascimento reincide
de novo, pois, além da condenação por fraude em licitação e dos bens
bloqueados, vem mais essa agora.
Em 2020, o salário do prefeito de Princesa era de R$ 18 mil.
A partir de abril de 2021, a Câmara Municipal concedeu um mimo, através de uma
estranha (e extemporânea?) Lei e, Nascimento, passou a receber um salário de R$
24 mil. E mais, somente no mês de julho/2021, o chefe do Executivo, recebeu um pagamento
de R$ 48 mil. Com essa remuneração, Ricardo Pereira se torna um dos prefeitos
mais bem pagos do Brasil. Só para se ter uma ideia, o gauleiter princesense aufere vantagem salarial superior à de
prefeitos de cidades como Rio de Janeiro, Fortaleza, São Paulo, dentre outras.
Em face da vergonhosa repercussão que grassou pelos quatro
cantos do Estado, Nascimento concedeu entrevista à Rádio Arapuã afirmando que o
aumento foi legal, porque votado pela Câmara Municipal, e transparente porque feito
às claras, com o conhecimento de toda a população. Ademais, segundo o próprio: “Eu trabalho muito e mereço esse salário”. Mesmo
diante das evidências constatadas pelo Ministério Público, o prefeito sai pela
tangente desdenhando procedimentos inquestionáveis. Será que o Promotor
“incorreu em erro” também?
A arrogância de Nascimento o faz cego para fatos que o
incomodam. Na verdade, o que vem ocorrendo em Princesa, é o resultado das
falcatruas impunes que afloram agora. É o resultado da falta de compromisso com
a verdade. O acintoso comportamento do prefeito, que valoriza a ostentação e a
mentira, cai por terra diante da verdade que, mesmo tardia, começa a chegar. Em
caso de condenação, Nascimento terá de devolver o dinheiro recebido
indevidamente. Isso nos faz lembrar da música de Luiz Gonzaga: “Eu não quero pagamento, Nascimento, eu
quero é outro rabo do jumento.
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