ODE

sexta-feira, 20 de maio de 2022

Repentes Memoráveis III


Quadras Sertanejas

 

Princesa altiva, resistente e linda

Da Paraíba és berço adorado

Do filho ilustre que acolheis ainda

Com prazer delirante e comprovado

 

Passados traços de lances incertos

Da quadra dúbia dos prazeres teus

Lembra um cruzeiro de braços abertos

Erguendo preces suplicantes a Deus

 

E o tempo passa dubioso e mudo

Com as suspeitas que o momento gera

E a verdade que esclarece tudo

Dissipa enganos e a justiça impera

 

E hoje, Princesa, tua glória infinda

E os teus prazeres já não mais se veem

Com teu Zé Pereira que se encontra ainda

Convicto sempre a conduzir-te além

 

Poesia escrita por Antônio Fernandes Lima, em 15 de setembro de 1936, por ocasião do retorno do coronel José Pereira Lima a Princesa, depois de seu exílio pelas plagas do Nordeste brasileiro, quando fugiu para não ser preso pelos revolucionários de 1930. Antônio Fernandes é o avô dos comerciantes: Bezinho e Joca Fernandes, do Arcebispo Metropolitano de Maceió/AL, Dom Antônio Muniz Fernandes e do Pastor Evangélico da 1ª Igreja Batista de João Pessoa, Estevam Fernandes.

Interessante observar que o senhor Antônio Fernandes Lima, que era funcionário da Fazenda Estadual, transformou-se, depois, em um grande aliado de Nominando Muniz Diniz (“seu” Mano), que era adversário político da família Pereira. Esta pérola literária me foi concedida pelo neto do poeta, Bezinho Fernandes.







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