Via de regra imaginamos que as pessoas que galgam postos de relevância, o conseguem, principalmente, pela competência. No entanto, quando apresentados aos fatos, constatamos que, nem sempre, é assim. Nos atenhamos ao caso específico do nosso ex-presidente, Jair Messias Bolsonaro. Vereador pelo Rio de Janeiro e deputado federal por sete legislaturas, o capitão sempre habitou a seara do baixo clero. Nada de relevante podemos realçar da sua vida parlamentar. Na verdade, foi uma performance "para lamentar"
Desde sempre, adotou comportamento avesso ao convívio com os contrários. Misógino, atacava mulheres e, sempre que podia, desprezava as minorias. Extremista de direita, defendia a ditadura militar e louvava os torturadores daquele período escuro da nossa História recente. Bravateiro, fazia, sempre, questão de realçar suas posições radicais o que, de certa forma, lhe fazia simpático a um reduzido grupo de eleitores igualmente extremistas, o que lhes garantia constantes e sucessivos êxitos eleitorais.
Eleito presidente da República em 2018, numa situação em que mais falou a sorte do que a competência, Bolsonaro não soube aproveitar a quadra. Autossuficiente que é, acreditou que venceu por méritos próprios e que representava um novo ordenamento na política brasileira. Paladino da honestidade, da moralidade e dos costumes, o capitão, desde o primeiro dia do seu mandato, agiu como se fora o dono da verdade absoluta. É verdade que suas maluquices, desde o início, ecoaram positivamente junto a um pequeno grupo de radicais.
Fez-se ouvir por assa minoria, uma verdadeira bolha de extremistas radicais de direita, ateve-se e dedicou-se a isso, se isolando do resto e ignorando o que pensava a grande maioria dos brasileiros. Animado com o sucesso adquirido no terreiro do Alvorada, começou a fustigar os demais Poderes da República e fez-se aliado e incentivador dos que defendiam a intervenção das Forças Armadas (com ele no poder). Não bastasse isso, durante a pandemia do coronavirus, desacreditou a vacina, ridicularizou os doentes de covid-19, e receitou remédios não recomendados pela ciência.
Em face de tudo isso, sem que o "mito" se desse conta, o desgaste foi crescendo e, a constatação da sua incompetência para o exercício do cargo de presidente, se fez notória e, com isso, seus antigos eleitores (não radicais) começaram a abandoná-lo. Além da farsa em que se constituiu, Bolsonaro, em seu impávido comportamento arrogante, não permitiu que ninguém lhes desse um conselho corretivo de rumos. Deu com os burros n'água. Foi derrotado nas urnas e continuou incentivando atos deletivos. e ilegais, o que culminou com os episódios terroristas do último dia 8.
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