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quarta-feira, 26 de julho de 2023

93 anos da morte de João Pessoa

Há exatos 93 anos, na tarde do dia 26 de julho de 1930, o presidente João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque foi assassinado com três tiros à queima-roupa, disparados pelo advogado, João Duarte Dantas, na Confeitaria Glória, na cidade do Recife. Em que pese ser uma história já por muitos relatada, vale o registro para que não passe em brancas nuvens fato de tão grande relevância política e histórica, não só para o Brasil e a Paraíba, mas também para Princesa.

Na verdade, esse assassinato foi fruto da Guerra de Princesa, o que dá relevância ao fato, visto que, não fora a proclamação do Território Livre de Princesa e o consequente conflito armado que se instalou no estado da Paraíba durante longos cinco meses (de fevereiro a julho), numa luta renhida entre quase 2000 homens recrutados pelo coronel José Pereira Lima, contra a Polícia da Paraíba, certamente, não haveria acontecido esse crime, tampouco o estouro da Revolução de 1930 naquele momento.

Após a eleição presidencial de 1º de março de 1930, quando Getúlio Vargas - candidato a presidente da República, pela Aliança Liberal, tendo como seu vice o presidente da Paraíba, João Pessoa – foi derrotado nas urnas pelo candidato do Catete, Júlio Prestes, mesmo com o rompimento do coronel José Pereira com o presidente da Paraíba, ninguém imaginava que se instalaria um conflito armado que pudesse atingir as proporções que atingiu como foi a Revolta de Princesa.

Os próceres da Aliança Liberal – salvo alguns poucos – já se conformavam com a derrota eleitoral e não se dispunham a contestar o resultado das urnas. Com o crescente das lutas no Território Livre de Princesa, os ânimos se reacenderam numa perspectiva de enfrentamento visando a intervenção federal na Paraíba, motivo que poderia dar azo aos liberais em promover uma revolução que depusesse o presidente da República, Washington Luís, e lhes abrisse uma oportunidade de poder.

No entender de alguns dos tenentes revolucionários, a Guerra de Princesa era o caos que alimentava as perspectivas de uma mudança radical que poderia proporcionar a derrubada da República Velha. Por isso, Washington Luís, se não determinou ajudou na resistência quando fez vistas grossas ao socorro prestado pelo governo federal aos rebeldes de Princesa. A intenção era clara. Nas palavras de Epitácio Pessoa: “Não fora a Revolta de Princesa, não haveria acontecido o assassinato de João Pessoa, nem a Revolução de 1930.

Tal a importância dessa data, que mesmo obedecendo às idiossincrasias daquele momento e não tendo também o fito da deflagração da Revolução que mudou o Brasil, não poderia deixar de ser lembrada para que as gerações de hoje - já tão distantes desse nefasto, mas relevante acontecimento – tomem ciência de sua importância. O político e jornalista, Barbosa Lima Sobrinho, disse em livro que escreveu sobre aquele momento histórico: “A Revolução estava morta, mas a morte de João Pessoa a ressuscitou”.



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