Temerosos de que o desenrolar das investigações sobre as
várias irregularidades em que está metido Jair Bolsonaro, aliados mais chegados
já pensam numa alternativa para o caso de o “mito” ser preso e transformar-se
num cabo eleitoral às avessas. Até bem pouco tempo, mesmo inelegível – o que
para alguns lhe concede uma aura de vítima – o ex-presidente era tido como um
grande puxador de votos para o partido nas eleições do ano que vem. É tanto que
o PL, que tem 300 prefeitos, esperava fazer mais de mil no próximo pleito.
Agora, com os desdobramentos das investigações sobre a venda
das joias surrupiadas do patrimônio da União; sobre as falsificações de Cartões
de Vacinação e ao que diz respeito à tentativa de golpe de Estado no dia 8 de
janeiro último, os aliados de Bolsonaro estão com a pulga atrás da orelha com
medo até de ele ser preso e, com isso, ao invés de capitalizarem seu prestígio,
verem-se no olho do furacão do que poderá se transformar num dos maiores
escândalos da República.
Na verdade, no seio do partido do ex-presidente, o PL, não
existe um sentimento de solidariedade irrestrita. Na volta de Valdemar Costa
Neto, seu presidente, o que conta mesmo são as vantagens que possam advir para
o engrossamento das fileira partidárias e a consequente auferição de mais
dinheiro do Fundo Partidário. Para quem conhece Valdemar e os próceres do “centrão”,
sabe que eles não colocam a mão em cumbuca. Estão todos calados porque, em casa
de enforcado não se fala em corda.
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