ODE

terça-feira, 30 de abril de 2024

Adeus a Zé de Bezeca

Faleceu, no último domingo (28), em Recife, aos 87 anos, José de Andrade Neves, mais conhecido, aqui em Princesa, como "Zé de Bezeca", recifense que aportou em Princesa no início dos anos 60 por motivo de haver-se casado com Marinês, a filha única de Bezeca e de Maria Maximiano, trouxe com ele muitas habilidades artísticas que muito contribuíram para a cultura princesense. Zé de Bezeca, que era muito religioso, foi logo admitido na OFS - Ordem Franciscana Secular passando a atuar muito ativamente nas coisas da igreja, principalmente na qualidade de artista primoroso que era.

Músico, compositor, artesão e teatrólogo, Zé de Bezeca, executava muito bem o seu saxofone, tanto por ocasião das festas sociais, como também nas solenidades religiosas. Exímio instrumentista, nosso homenageado integrou o Conjunto Musical princesense - liderado por "Zé de Menininha" -, "Os Rebeldes". Porém, esse princesense por adoção, se superava mesmo era no artesanato e no teatro.

Foi "seu" Zé quem criou e apresentou, pela primeira vez, em Princesa, o "Teatro de Fantoches". As marionetes que manipulava eram confeccionadas por ele próprio, e também as composições musicais e, as falas dos bonecos eram por ele criadas. Além das várias apresentações realizadas na cidade, Zé de Bezeca, levava seu teatro de bonecos - com o intuito de arrecadar dinheiro em prol da construção do prédio da nova Igreja Matriz-, aos mais distantes recantos do município, o que causava o maior sucesso junto às comunidades rurais. Este que escreve, era um de seus auxiliares nessas apresentações.

O nosso homenageado tinha também a arte de confeccionar calçados, o que fazia com maestria. Eram peças artesanais de muita beleza e qualidade, o que lhes proporcionava o sustento de sua família. Com o tempo e a chegada de peças de calçados industrializadas, em Princesa, decaíram suas vendas, o que o obrigou a retornar ao Recife, privando-nos, a todos, de seu convívio e do seu talento.

Atualmente, Zé de Bezeca, mantinha, com sua esposa Marinês, uma elegante pousada no balneário pernambucano de Porto de Galinhas. Lamentavelmente, seus fantoches foram com ele, pois, ninguém daqui teve o interesse em aprender ou continuar sua arte. Pelo muito que fez pela cultura princesense, está Zé de Bezeca a merecer esta homenagem e os aplausos de todos os filhos desta Terra. Que descanse em paz.



Um comentário:

  1. Meu Vovô!! Rica história!! Lembro dele mostrando para nós os Mamulengos! Era muito bom! Além de sua perfomamce no saxofone!! Muito bom o texto!! Muito bom!!!

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