Faltando apenas seis anos para completar-se um centenário das
disputas políticas, em Princesa, o que era feito sob a égide e a exclusividade
de duas “grifes” políticas - representadas pelas famílias: “Diniz” e “Pereira”
-, tudo agora está diluído quando, ambos os grupos, perderam as suas identidades.
Desde 1930, as famílias acima assinaladas se digladiavam em disputas eleitorais
em que se revezavam no poder, não somente no município, mas também em toda a
região polarizada por Princesa.
Na maioria das vezes, os candidatos a prefeito não eram
representantes diretos dessas famílias, mas prepostos, ungidos pelos líderes
para comandar o município sob suas orientações. Em que pese muitos haverem sido
candidatos, somente três membros das estirpes Pereira e Diniz, ocuparam a
cadeira de prefeito em Princesa: Nominando Muniz Diniz (“seu” Mano); doutor
Antônio Nominando Diniz e Thiago Pereira de Sousa Soares. Nenhum dos grupos
teve hegemonia um sobre o outro, pois, sempre se alternavam no poder.
Além de comandarem a política princesense, tinham também
grande influência no âmbito estadual quando, ambas as famílias, tiveram membros
representando o município na Assembleia Legislativa. Desde o século XIX,
Princesa teve deputados estaduais com assento na casa de Epitácio Pessoa:
Coronel Marcolino Pereira Lima; coronel José Pereira Lima; Aloysio Pereira
Lima; Nominando Muniz Diniz; Antônio Nominando Diniz e Antônio Nominando Diniz
Filho. Como vemos, sempre estiveram em pé de igualdade.
No entanto, nos últimos tempos essa oligarquia política
perdeu sua força e sua identidade política. O último pleito em que houve uma
disputa entre essas famílias foi em 2016. De lá para cá, a coisa mudou
completamente chegando ao ponto de, na última campanha eleitoral [2024],
estarem batalhando no mesmo campo eleitoral, um neto de “seu” Mano e um neto do
coronel Zé Pereira; sem falar na mistura quando um bisneto de Nominando
concorreu como vice-prefeito e não obteve o amparo eleitoral de um primo
importante, mas foi apoiado por um bisneto de Zé Pereira.
Agora, o município comandado por um grupo político que não tem
nada a ver com os próceres das duas famílias tradicionais da política
princesense - quando tudo foi articulado para misturar a água com o óleo e
diluir a influência dos dois grupos -, sem identidade, estão todos separados e,
ao mesmo tempo juntos e misturados, o que não dá para ninguém entender como a
coisa funciona. O certo é que, sem influência direta no poder, aqueles que
antes eram protagonistas, agora são coadjuvantes e saudosistas de uma era que
acabou. Não existem mais grifes políticas em Princesa.
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