Há um adágio popular que diz: “O costume é quem mata o
corpo”. Eu também fui prefeito e sei das agruras por que passam administradores
de pequenos municípios que vivem quase que exclusivamente dos repasses do FPM –
Fundo de Participação dos Municípios. Quando esses repasses diminuem não há planejamento
que resolva o problema, principalmente quando os vai-e-vem de bonança e agruras
são constantes. Nos períodos mais recentes, as prefeituras, desde 2017, nadaram
em dinheiro.
Primeiro veio a pandemia de covid-19 quando o governo federal
abriu as torneiras e distribuiu dinheiro a torto e a direito para que os
prefeitos socorressem os pacientes daquela terrível doença. Passado o flagelo
da doença, vieram as famigeradas emendas pix quando os dinheiros de Brasília
eram canalizados para as prefeituras de forma dadivosa e sem limites. Agora,
com o controle estabelecido pelo STF, as emendas foram limitadas.
Não bastasse isso, com a ascensão de Lula à presidência da
República, o sistema de repasses mudou de forma quando o presidente prefere dar
o dinheiro direto aos beneficiários dos programas de assistência social: Bolsa
Família; Pé de Meia; Vale Gás, Vale Energia, isenção de Imposto de Renda, etc.
Com isso, os prefeitos estão de pires nas mãos. Em face disso, uma autoridade
estadual me disse sorrindo: “Os prefeitos estão lisos, mas quem paga a conta
são os menos favorecidos porque as vantagens pessoais dos grandes continuam
sendo concedidas”.
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