O depoimento do empresário Roberto Pereira Ramos Júnior, na
CPI da Covid-19, ontem (25/08), foi simplesmente estarrecedor, tanto pelas
mentiras proferidas, quanto pelos números apresentados. Inquirido pelo senador
Renan Calheiros, relator da CPI, o senhor Roberto Ramos, sobre a empresa que
representa, este respondeu chamar-se FIBE BANK. Sobre o patrimônio da firma da
qual é diretor-presidente, Ramos informou ser de 7,5 bilhões de reais, com um
faturamento anual de apenas 650 mil reais.
Essas perguntas, feitas a propósito, todas já tinham
respostas através de prévias investigações dos senadores membros daquela CPI.
Já sabiam, os parlamentares, que a empresa que deu garantias de 80 milhões de
reais para a compra de 200 milhões de doses da vacina covaxin, que custaria 1,6
bilhões de reais aos cofres públicos, não poderia fazê-lo por não ser banco
tampouco instituição financeira ou de crédito.
Na sequência, os senadores mostraram que os imóveis que
formavam o patrimônio do FIBE BANK – terrenos localizados nos estados do Paraná
e de São Paulo -, avaliados (segundo Ramos), em 7,5 bilhões de reais,
simplesmente não existiam e que, no quadro societário da empresa, constavam
dois “laranjas”, que lutam na Justiça para retirar seus nomes dessa tramoia.
Por fim, ficou constatado que a firma comandada por Roberto Ramos, não poderia
ser fundo garantidor de crédito.
Tudo isso aconteceu com o aval dos técnicos do Ministério da
Saúde, que aceitaram o contrato de garantia de uma empresa que sequer existe
formalmente. Além dessas falcatruas descobertas pela CPI, ficou clara a influência
do deputado, Ricardo Barros, líder do governo Bolsonaro na Câmara Federal, como
facilitador para que o FIBE BANK tivesse acesso ao Ministério da Saúde com a
finalidade de participar dessa negociata, que não chegou a termo graças às
investigações da CPI da Covid-19
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